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‘The Normal Heart’é de arrasar!

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The Normal Heart MARK RUFFALO

Minha frequência em escrever neste blog é diretamente proporcional à vezes que tenho a sorte de topar com um filme que consegue chacoalhar o meu mundo (qual o sentido em compartilhar impressões sobre histórias apenas bonitas, medianas ou mesmo ruins?).

Hoje foi um daqueles dias de sorte!

Nem sei por qual elogio começo a comentar sobre “The Normal Heart”, produção para a TV (nos EUA as televisões também produzem longas para exibição exclusiva em suas grades) que sequer ganhou um título em português nos sites de cinema brasileiros – sinal de que deve levar um tempinho para chegar por aqui.

The Normal Heart TAYLOR KITSCH e JONATHAN GROFFMas valerá a pena esperar. Isto é… se você não é uma daquelas pessoas que jura “não ter nada contra” homossexualismo, mas prefere não ver nem ter contato. Do contrário, entregue-se a esta maravilhosa história real, que gira em torno da luta do escritor e ativista gay Ned Weeks para chamar a atenção das autoridades governamentais e de saúde sobre o aparecimento da epidemia de Aids, na Nova York da década de 1980.

A partir da observação de casos em seu círculo de amizades e alertado por uma médica que atende a comunidade gay, ele criou a primeira ONG para dar suporte, informação e apoio a infectados – em 1981, a doença sequer era pesquisada e ainda era chamada de câncer gay, porque foi entre esta comunidade que ela primeiro se alastrou.

Esta simples sinopse não faz justiça à densidade das reflexões suscitadas pelos dramas que se desenrolam em torno de Ned – e em dado momento em sua própria vida pessoal – paralelamente à sua luta política.

A dificuldade de Ned em sentir-se reconhecido como uma pessoa normal (e não doente por amar pessoas do mesmo sexo) pelo próprio irmão, as divergências entre os próprios gays sobre a abordagem do problema junto às autoridades e, pior de tudo, a dor de verem namorados, amantes, maridos e amigos morrerem de forma deprimente, sem assistência, cercados de preconceito e discriminação… tudo é abordado ao mesmo tempo e sem superficialidade.

The Normal Heart JULIA ROBERTSPreparem o coração para momentos tristes assim, mas também para vibrar com as interpretações estupendas e corajosas de todos os atores

Julia Roberts, sem maquiagem, no papel de uma médica paraplégica que luta para tratar os doentes e conseguir verba para estudar o vírus, está de arrasar.

Nem tenho palavras para descrever a entrega com que Mark Ruffalo interpreta seu corajoso e ao mesmo tempo dócil Ned Weeks.

E o elenco de apoio, formado tanto por atores que são gays assumidos na vida real – caso de Matt Boomer (”Crimes do Colarinho Branco”), Jonathan Groff (”Glee”), Jim Parsons (”The Big Bang Theory”) e outros – como por notórios heterossexuais também surpreende. Quem diria que bonitinhos como Taylor Kitsch (“John Carter – Entre Dois Mundos”) seriam capazes de atuações tão densas?

The Normal Heart MARK RUFFALO e MATT BOOMERE preciso falar, Matt Boomer merece que eu me redima por não tê-lo achado, até então, capaz de transcender seu rosto inacreditavelmente bonito. Ele me arrancou lágrimas em mais de uma cena na pele de Felix, namorado de Ned, que também contrai a doença. É a grande história de amor dentro de um filme muito maior que isso.

Palmas para o diretor Ryan Murphy (de “Glee”), que também deu seus pitacos no roteiro de Larry Kramer, adaptado de uma peça teatral.

Arrasou!


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